Os recentes incêndios florestais que acometeram diversas regiões do globo são considerados os maiores de todos os tempos em escala e emissões de gás carbônico na atmosfera, segundo estudo recente da Nasa, a agência espacial americana.
A pesquisa mostrou que, além da Austrália e dos Estados Unidos, os maiores focos foram em território brasileiro, no Pantanal e na Amazônia. No site de financiamento coletivo Vakinha,, já foram criadas diversas vaquinhas nos últimos dois meses pedindo doações em dinheiro para proteger esses biomas afetados pelas queimadas.
Só para ter uma ideia, o Pantanal já perdeu 15% de sua área original. Regiões como essa são famosas pela biodiversidade e essenciais na absorção de carbono e combate ao aquecimento global do planeta. “Especialistas dizem que não se via esse ritmo de desmatamento e queimadas há mais de dez anos. Com esse cenário assustador, não ficamos surpresos quando vimos aumentar o número de vaquinhas para esse propósito”, conta Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha. “Nossa missão é ser o primeiro passo para colaborar com a causa, de forma rápida e segura”, afirma o executivo.
Apesar dos incêndios terem acontecido em outros pontos do globo, a origem em cada um deles é diferente. Enquanto na costa oeste dos Estados Unidos eles são causados pela intensa seca, no Brasil o principal motivo é o desmatamento desenfreado. Dona Jô mora em um assentamento no Acre e é agricultora orgânica na região. Ela teve sua propriedade invadida pelas chamas vindas das áreas vizinhas, destruindo a vegetação que mantinha próxima de sua casa.
Reestruturação
Sua campanha está sendo organizada por pessoas que se alimentam dos produtos da Dona Jô e outros produtores da ACS Amazônia, a organização de controle social que garante a qualidade orgânica dos produtos. Para reestruturar o sítio de Dona Jô e apoiar as famílias que se alimentam da agricultura local, a vakinha precisa arrecadar R$ 38 mil.
No Pantanal, o pescador Samuel foi outra vítima do fogo. Ele teve suas chalanas, que eram fontes de sustento, transformadas em cinzas. A ajuda de R$ 6 mil solicitada pela neta do pescador nessa vakinha é para restabelecer novos terrenos, assim como garantir a adubação do solo que se tornou impróprio para o plantio.
Na região mato-grossense, as vítimas do desmatamento e das queimadas também incluem os animais. Por isso, a Fundação Ecotrópica, de Cuiabá, em razão da estiagem e do alto índice de queimadas, coleta doações para ajudar diversos locais da região onde a fauna têm sofrido com o fogo e a falta de água e alimentos. Os recursos são destinados para construir cochos de água e ilhas de alimentação. Com mais de 3 mil apoiadores até o momento, a meta é alcançar R$ 600 mil.
Floresta amazônica
Responsável pelo equilíbrio ambiental no planeta, a floresta amazônica está em chamas e o mundo inteiro assiste à sua destruição gradual. Segundo o SAD, Sistema de Alerta de Desmatamento, a área de desmatamento acumulado apenas nos quatro primeiros meses do ano já é maior que a cidade de São Paulo. Para ensinar a real importância da floresta para crianças e suas famílias criou-se um projeto de arrecadação que visa publicar o livro chamado “Clara e os rios voadores”, que ensina de forma lúdica sobre a conexão da Amazônia com os ecossistemas do mundo.
Como doar
Apesar das tentativas de recuperação, sabe-se que as consequências para toda a população, principalmente as gerações futuras, serão desastrosas se políticas governamentais não forem instauradas desde já. Enquanto isso, para ajudar os heróis brasileiros que lutam pela fauna e flora do País, é fácil doar pelo Vakinha.
É só fazer um cadastro rápido na plataforma e escolher um dos vários projetos abertos por lá. Caso o usuário tenha interesse em criar seu próprio projeto, também é possível, inserindo causa, meta, data de encerramento e uma foto ilustrativa da campanha. O proprietário da vakinha pode compartilhar com sua rede de contatos e aumentar suas arrecadações.