Na Bloomberg, Akshat Rathi fez uma diferenciação importante que está passando batido para muita gente, mas que vale destacar: “neutralidade climática” e “neutro em carbono”, muitas vezes utilizadas como sinônimos, não significam a mesma coisa.
Os anúncios recentes da Califórnia e da China sobre neutralidade são didáticos para essa diferenciação. Por um lado, o estado americano se comprometeu a neutralizar sua contribuição para o aquecimento do planeta até 2045. Isso significa reduzir as emissões de todos gases causadores do efeito estufa e compensar aquelas que não poderão ser cortadas.
Por outro, os chineses definiram como meta neutralizar suas emissões de carbono até 2060 – no caso, só dióxido de carbono (CO2). A Califórnia se comprometeu com a neutralidade climática; já a China, em ser neutra em carbono.
Essa diferença não é pouca coisa. O CO2 responde por 75% do aquecimento observado no planeta decorrente da ação humana. Os outros 25% vêm dos outros tipos de gases de efeito estufa, como metano e o óxido nitroso.
Aqui, o CO2 corresponde a 65% das nossas emissões. Para ser neutro em carbono, o Brasil precisa acabar com o desmatamento. Para atingir a neutralidade climática, precisa reduzir drasticamente seu rebanho.