Implementado pela primeira vez no Brasil pela Ciclus Ambiental, concessionária que faz a gestão integrada dos resíduos do Rio de Janeiro, o método geoelétrico para detecção de furos em aterros sanitários foi recentemente incluído na norma brasileira de Instalação de Geomembranas em obras geotécnicas ou de proteção ambiental, a ABNT NBR 16.199/2020.
A técnica permite identificar, em quilômetros de aterro, rasgos de meros centímetros na geomembrana protetora, os quais poderiam gerar vazamentos e prejuízos para o empreendedor caso não fossem reparados.
A ABNT NBR 16.199/2020 não é uma imposição legal, mas uma recomendação de boas práticas que os empreendimentos devem seguir para garantir a melhor condição de ‘segurança para a operação de aterros.
Nos aterros sanitários, utiliza-se geomembranas para criar barreiras de proteção e evitar a contaminação do solo e do lençol freático. No entanto, durante o processo de instalação dessas geomembranas, podem ocorrer furos nas mesmas, comprometendo a integridade. Por este motivo, é necessária a adoção de um Plano de Garantia de Qualidade voltado para a instalação das geomembranas.
Através do Método Dipolo, método geoelétrico usado pela Ciclus, aplica-se uma tensão elétrica sobre o solo de proteção da geomembrana, produzindo um campo elétrico uniformemente distribuído.
Caso existam furos, eles podem ser detectados a partir de anomalias no campo elétrico, causadas pela fuga de corrente nos furos. Desse modo, é possível repará-los antes que os resíduos sejam dispostos.
Desde o início da operação da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) do Rio, em 2011, a Ciclus adotou a metodologia, amplamente utilizada em países como os Estados Unidos, como parte do seu Programa de Garantia de Qualidade. Na CTR, entre 2011 e 2019, 82 pequenos furos foram identificados em mais de 520 mil m² de geomembranas e prontamente reparados, antes de receberem qualquer carga de resíduo.
“Alguns métodos de controle de qualidade não são capazes de inspecionar a totalidade da área da geomembrana instalada, além de não conseguirem avaliar a integridade da geomembrana após a aplicação do solo de proteção sobre a mesma. Os métodos geoelétricos já são requisito obrigatório em aterros sanitários existentes em nove estados dos Estados Unidos”, explica Priscila Mendes Zidan, fundadora da empresa que presta o serviço na CTR Rio, a Evolui.
Para a diretora da Ciclus Ambiental, Adriana Felipetto, a inclusão desta técnica na norma brasileira foi um marco importante: “São nove anos de trajetória na Ciclus utilizando o método geoelétrico para detecção de danos nas geomembranas. A Ciclus sempre fez questão de aplicar tecnologias modernas para aprimorar o monitoramento ambiental de suas atividades e para melhorar a qualidade e a segurança do empreendimento. É um passo importante a inserção da tecnologia na norma da ABNT, pois sabemos da eficácia da técnica. Agora, pode ser cada vez mais difundida.