O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou na terça-feira, 4 de agosto, que enxerga a questão ambiental como decisiva nas negociações comerciais nos próximos anos.
“Qualquer grande acordo mundial no futuro incluirá a questão ambiental. Ela não vai sumir e temos que estar preparados para lidar com ela de maneira construtiva e crível”, disse Azevêdo em evento virtual organizado pela Câmara de Comércio Internacional no Brasil (ICC Brasil) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que enfrenta problemas pela oposição de grupos europeus às políticas ambiental e de Direitos Humanos do governo Bolsonaro, o diretor-geral da OMC ressaltou que o momento político não é o mais favorável para que o acordo saia do papel.
No entanto, ele recomenda que os dois lados sigam com diálogo aberto e que o Brasil precisa fazer seu dever de casa para se inserir de maneira mais efetiva às cadeias globais de produção.
Na conversa, Azevêdo também afirmou que a pandemia trouxe à tona problemas que precisarão ser endereçados pelas economias a partir de agora, como o risco de concentração da produção em poucos países. Para ele, as cadeias de produção serão ampliadas e, nesse sentido, o Brasil pode se aproveitar dessa oportunidade.