Fundo ambiental financia projeto para gestão de recursos hídricos de Brasil e Uruguai

Lagoa Mirim, localizada na fronteira entre o estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, com o Uruguai/Foto: UFRGS

O Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF na sigla em inglês) aprovou na sexta-feira, 5 de junho, US$ 4,8 milhões para um projeto binacional entre Brasil e Uruguai, que contará com a implementação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O recurso foi anunciado junto a outros US$ 22,2 milhões que serão implementados por governos de três países da regão América Latina e Caribe: Peru, México e Nicarágua.

O GEF financia ações ambientais para garantir a sustentabilidade dos mesmos, e o projeto binacional aprovado no Brasil e Uruguai irá apoiar o fortalecimento dos setores públicos e privados na região da bacia da Lagoa Mirim, localizada na fronteira entre o estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, com o Uruguai, para a ampliação das capacidades de gestão conjunta dos recursos hídricos.

O Representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, disse que a organização recebeu com muito entusiasmo o anúncio do recurso GEF para o país, pois o projeto irá apoiar o desenvolvimento econômico da região, considerando todos os aspectos de preservação do ecossistema e dos recursos hídricos.

“Melhorar a eficiência de gestão da água e de aproveitamento sustentável da bacia, requer um grande exercício de governança, isto é, a tomada de decisões inclusiva e geradora de compromissos por parte de cada um dos atores envolvidos, pois isso depende a durabilidade e a sustentabilidade do sistema de produção e conservação”.

A região da Lagoa Mirim possui um grande potencial de aquicultura e de pesca, além de ser um importante polo de produção de arroz e canal de transporte fluvial para ambos os países. Com a aplicação do recurso, as ações irão assegurar benefícios de forma equitativa na região e a promoção do desenvolvimento sustentável na região compartilhada por Brasil e Uruguai, dois parceiros históricos.

“Além da governança, o aprimoramento dos componentes de pesquisa, inovação tecnológica, cooperativismo e implementação, são essenciais para aumentar a produção de alimentos diante da atual crise de mudança climática que estamos vivendo”, completou Representante da FAO no Brasil.

Conheça os outros projetos que também serão implementados na América Latina e Caribe com fundos GEF:

1) Manejo sustentável e restauração da floresta seca da costa norte do Peru

A FAO e a União Internacional para Conservação da Natureza implementarão um projeto de restauração e gerenciamento sustentável as florestas secas da costa norte do Peru, facilitando a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, aumentando a resiliência das comunidades e seus meios de subsistência e reduzindo a degradação da Terra.

2) México: do anzol ao prato

O projeto mexicano é uma estratégia para fortalecer a pesca sustentável para salvaguardar a biodiversidade marinha e a segurança alimentar. O projeto aplicará práticas de gerenciamento aprimoradas em 399.114 hectares de áreas de conservação da terra, 1.597.751 hectares de áreas de conservação marinha e 925.031 hectares de paisagens marinhas produtivas.

3) Intensificar a produção de alimentos de forma sustentável na Nicarágua

A Nicarágua transformará os sistemas alimentares em áreas protegidas de dois corredores biológicos ao longo da costa do Caribe e do rio San Juan. O projeto trabalhará com cadeias de valor de gado de corte e elite, promovendo abordagens que sustentem que é possível adiar a expansão da fronteira agrícola e a destruição de ecossistemas de importância global.

(Via ONU News)

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