Segundo o mais recente estudo da empresa de consultoria IHS Markit, a capacidade instalada mundial da energia fotovoltaica deverá crescer 105 Gigawatts (GW) em 2020.
Embora seja 26% menor que os 142 GW estimados inicialmente pela empresa em janeiro, o volume ainda representa mais um ano de crescimento para a tecnologia.
Em 2019, de acordo com as estatísticas anuais da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), foram 97 GW instalados da solar fotovoltaica, totalizando 580,1 GW mundiais.
Os primeiros efeitos da pandemia sobre o setor solar vieram no começo do ano, quando a paralisação das indústrias na China, maior produtor mundial da tecnologia, causou a escassez de seus componentes.
Quedas nas exportações
Somente entre os meses de janeiro e fevereiro, a queda nas exportações solares chinesas foi de 57%, conforme os dados apresentados pela indústria local.
Agora, mesmo com a recuperação da China e a forte retomada da sua produção, os efeitos da pandemia nos demais mercados mundiais continuam atrapalhando a expansão da fotovoltaica.
Segundo a IHS Markit, a crise provocada pelo Covid-19 deverá causar impactos severos no desenvolvimento de novos projetos fotovoltaicos ao longo do segundo semestre de 2020.
Entre as regiões afetadas estão alguns dos mercados-chave para o crescimento da tecnologia, como Europa, Índia e o restante da Ásia.
Mercado chinês
Com uma forte recuperação econômica pós-Covid19, a China mais uma vez irá manter a dianteira nas instalações de energia solar fotovoltaica e puxar o seu crescimento em 2020.
Com a retomada gradual das atividades, vários setores do país já registram crescimento e o consumo de energia aumentou 1,5% nas primeiras semanas de abril em relação ao ano passado.
Segundo a IHS Markit, serão 45 GW de energia fotovoltaica instalados em 2020, crescimento de 50% em relação aos 30 GW conectados em 2019.
Para isso, no entanto, a empresa afirma que políticas e incentivos do governo devem ser fortalecidos para estimular o mercado local em apoio aos seus fabricantes nacionais, que sofrerão com uma demanda internacional estagnada.
Embora as exportações em março tenham crescido 160% em relação a fevereiro, grande parte do volume era de pedidos atrasados pela paralisação e o setor se prepara para novas quedas.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, o PIB da China deverá crescer 1,2% neste ano, acelerando para 9,2% em 2021.
(Por Ruy Fontes, da Agência #movidos)