Por causa do novo Coronavírus, COP-26 é adiada para 2021

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante o anúncio da COP-26/Foto: Jeremy Selwyn – WPA Pool/Getty Images

A Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), prevista para ser realizada no Reino Unido, entre 9 e 19 de novembro, foi adiada para 2021, anunciou o governo britânico na quarta-feira, 1º de abril. As informações são da Agência Ansa.

A medida foi tomada em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que já matou 43 mil pessoas em todo o mundo e mais de 560 pessoas no Reino Unido. “O mundo está enfrentando um desafio global sem precedentes e os países estão focados corretamente nos esforços para salvar vidas humanas combatendo a Covid-19. Foi por isso que decidimos reprogramar a COP-26”, explicou o ministro britânico de Atividades Produtivas, Alok Sharma, nomeado para presidir a conferência.

Apesar do adiamento, Sharma explicou que o Reino Unido continuará “a trabalhar incansavelmente” com seus parceiros para “cumprir a ambição de enfrentar a crise das mudanças climáticas”. Segundo o governo britânico, uma nova data será definida em comum acordo com a Itália, já que a conferência seria organizada pelos dois países.

Comprometimento deve prosseguir

Além da COP-26, o evento que serviria de preparação para a cúpula climática da ONU e seria realizado em Milão, entre 28 e 30 de setembro, com cerca de 400 jovens de 197 países, também foi suspenso. “Embora tenhamos decidido adiar a COP-26, incluindo o evento Pré-COP e ‘Juventude pelo Clima’, continuamos totalmente comprometidos em enfrentar o desafio das mudanças climáticas”, confirmou o ministro italiano do Meio Ambiente, Sergio Costa.

No Brasil, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, observou que o adiamento da COP-26 era uma medida esperada diante da tragédia global da Covid-19, que não tem data para acabar. “A emergência epidemiológica, porém, não desobriga os países de aumentar sua ambição e concretizar ações contra outra grande crise que a humanidade enfrenta, a climática. Quando a pandemia passar, teremos um mundo definitivamente transformado e uma economia global a reconstruir, e é imprescindível que essa reconstrução ocorra em bases sustentáveis. Devemos aprender com uma crise, para evitar outras. A conferência pode ser um passo decisivo nessa reconstrução”, defendeu.

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