A Kimberly-Clark, multinacional americana de produtos para cuidados pessoais e bem-estar, anunciou na segunda-feira, 4 de novembro, que as fábricas das cidades de Camaçari (BA) e Suzano (SP) atingiram a meta de se tornar “Aterro Zero”. Isso significa que, desde setembro de 2019, 100% de todos os resíduos gerados na produção local são reaproveitados de alguma forma, o que faz com que a operação não descarte mais nenhum excedente produtivo em aterros sanitários.
“Somos uma empresa que se aproxima dos seus 150 anos no mercado e ao longo na nossa jornada seguimos comprometidos em melhorar as comunidades nas quais trabalhamos e vivemos”, destaca o diretor de Operações da Kimberly-Clark, Sérgio Montanha. “Globalmente, estabelecemos metas ambiciosas de sustentabilidade que nos estimulam a fomentar ideias inovadoras e buscar mudanças em longo prazo. Com isso, buscamos criar valor social, ambiental e financeiro”, completa.
Para acompanhar a evolução dessa iniciativa, a Kimberly-Clark inovou ao criar um índice de valorização de resíduos, o IVR, que tem como objetivo direcionar esforços e acompanhar o gerenciamento dos excedentes produtivos e o seu impacto financeiro para a operação. “Como resultado destes esforços, a venda dos materiais gerou uma receita líquida (saldo entre despesas e receitas) de R$2,8 milhões em 2018, enquanto em 2014, quando se iniciou este trabalho, o saldo foi de R$1,7 milhão negativo para destinar os resíduos sólidos de acordo com a legislação vigente”, exemplifica Montanha.
Zerar o envio de materiais excedentes para aterros faz parte das metas globais de sustentabilidade da companhia, detalhadas na sua Visão 2022. No Brasil, além das operações de Camaçari e Suzano, a fábrica de Correia Pinto (SC) alcançou a meta ainda em 2018. A outra fábrica da Kimberly-Clark no país, em Mogi das Cruzes (SP), envia para aterros 3,7% dos seus resíduos de produção, e tem como meta zerar o descarte até 2020. Desta forma, o Brasil alcançará esta meta dois anos antes do previsto pela visão da multinacional.
Parcerias de sucesso
Por meio de iniciativas desenvolvidas por parceiros especializados da Kimberly-Clark e apoiadas pela companhia, a polpa de celulose que sobra no processo é transformada em tapete para animais de estimação e o plástico remanescente passa a ter vida útil ao ser usado na fabricação de utensílios como vassouras, pás e cabides. O mesmo acontece com sobras de matérias primas de produtos da companhia: o excedente de lenços umedecidos vira palmilha de sapato, enquanto o lenço seco se transforma em enchimentos, como pelúcia.
Vidro, sucata metálica, papel e papelão também são reciclados, assim como os resíduos da produção de fraldas, que podem virar desde madeira plástica até combustível. Todo material de entulho toma nova forma como material de construção, sendo transformado em areia e pedras, por exemplo.
Quando falamos de matéria orgânica gerada pela operação, que vai desde sobras do refeitório até os resíduos de jardinagem, um equipamento tem papel fundamental – a composteira, que, diariamente, transforma mais de 100Kg de matéria orgânica em adubo. Já os excedentes não recicláveis são, por sua vez, encaminhados para um coprocessamento, isto é, queima ambientalmente controlada e com aproveitamento da energia gerada.
Já quando o assunto é reciclagem de embalagens no pós-consumo, a Kimberly-Clark participa do Programa “De a Mão Para o Futuro – Reciclagem, Trabalho e Renda”, coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). O programa tem como princípio a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e atua apoiando redes e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Ele é implementado no âmbito da Logística Reversa de Embalagens, com abrangência nacional, de forma a atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Consumo de água
A Kimberly-Clark também investe em melhorias dos indicadores de consumo de outro recurso muito importante tanto para o seu processo produtivo quanto para o meio ambiente: a água. Ainda em 2013, a companhia, em parceria com a organização ambiental The Nature Conservancy (TNC), calculou a sua “pegada hídrica” e, com esse dado, nos anos seguintes, adotou medidas para melhorar o reuso de água no processo de fabricação.
Como resultado desse projeto, em 2018, a captação de água nas fábricas de papel da Kimberly-Clark, Mogi das Cruzes (SP) e Correia Pinto (SC), registrou uma melhora de 27% em comparação a 2014. Por meio das ações adotadas, parte da água, cerca de 60 a 70%, recircula e volta para o processo de produção, enquanto a outra parte é tratada e volta para o rio. Com esse avanço, essas duas unidades brasileiras conquistaram o segundo e terceiro melhor desempenho em captação de água por tonelada produzida entre todas as operações da companhia no mundo.