5 maneiras de usar o poder de compra para proteger a biodiversidade

Segundo a FAO, mais de 6000 espécies de plantas foram cultivadas para alimentação, mas menos de 200 delas contribuem significativamente para a produção de alimentos nos níveis global, regional ou nacional/Foto: Benedicte Kurzen/FAO

O mundo enfrenta uma crise de biodiversidade, com mais de 1 milhão de espécies ameaçadas de extinção em décadas. Como aponta a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a ciência tem alertado que os ecossistemas responsáveis por sustentar a biodiversidade estão entrando em colapso.

Os efeitos indiretos afetarão todas as formas de vida em relação a como são conhecidas hoje. A agência da ONU aponta que, para os países em desenvolvimento, as esperanças por meio do crescimento econômico serão frustradas.

No entanto, existem soluções disponíveis, incluindo muitas práticas antigas, tradicionais e localizadas. Para a Unctad, elas podem ajudar nos esforços para se viver nos limites oferecidos pela Terra.

A diretora de Comércio Internacional e Commodities da Unctad, Pamela Coke-Hamilton, acredita que todos podem “fazer algo sobre isso, desde o menor consumidor até a maior empresa.” Para ela, está é uma responsabilidade que não pode ser ignorada.

Hamilton acrescenta que, sem a biodiversidade, também não existem negócios.

BioTrade

Em setembro, como parte do primeiro Fórum de Comércio da ONU, o quinto Congresso BioTrade, examinou as mudanças necessárias para conter a perda de biodiversidade por meio de práticas sustentáveis ​​e da construção de cadeias de suprimentos mais sustentáveis, ​​desde a base até ao topo.

Para a diretora de Assuntos Econômicos da Unctad, Lorena Jaramillo Castro, “fazer escolhas difíceis de consumo significa uma mudança de estilo de vida, mas isso é um preço mais baixo para promover a sustentabilidade e aprender a viver dentro de limites.” Ela acrescenta que essas ações “também podem pressionar os produtores a respeitar a biodiversidade e a sustentabilidade, do solo à prateleira da loja.”

Por isso, a Unctad preparou uma lista com as cinco principais conclusões do congresso, que dão dicas de como os consumidores podem fazer a diferença ao “comprar pela biodiversidade”:

1. Procure conhecer os rótulos favoráveis ​​à biodiversidade

Os rótulos dos produtos são importantes. Eles são indicadores de todas as certificações, do orgânico ao comércio justo e ao meio ambiente, e mostram se as empresas estão considerando práticas éticas e sustentáveis ​​para as pessoas e para o planeta. Quando comprar produtos, procure rótulos com logotipos como o da Union for Ethical BioTrade, que foi criada a partir da iniciativa BioTrade da Unctad.

2. Evite produtos feitos de espécies ameaçadas de extinção

Faça escolhas conscientes, garantindo que os produtos que você compra não sejam feitos de animais ou plantas protegidas ou em perigo de extinção.

Alguns produtos também podem exigir licenças.  Portanto, ajude a preservar o futuro das espécies assegurando a obtenção de autorizações relevantes ou de uma licença da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres, Cites.

3. Conheça a legalidade e a fonte dos ingredientes de seus produtos de biodiversidade

Os países têm direitos soberanos sobre sua biodiversidade, incluindo seus recursos genéticos. Portanto, ao desenvolver ou conduzir pesquisas sobre novos ingredientes obtidos através da biodiversidade, cumpra as leis de Acesso e Repartição de Benefícios (ABS) dos locais de onde estes são originários. O cumprimento da ABS ajuda a conservar a biodiversidade e fornece um forte incentivo ao uso sustentável dos recursos.

4. Valorize o que é indispensável para viver

A biodiversidade está ao redor do planeta. É o ar que se respira e a comida que se come. Uma biodiversidade rica evita as mudanças climáticas, ajuda a descobrir novas curas medicinais para doenças e fornece alimentos. Compreender a importância da biodiversidade e ajudar a protegê-la reforça um estilo de vida em harmonia com a natureza. Também obriga a considerar o custo real do comércio da biodiversidade, a priorizar e a apoiar a produção e o consumo ético e sustentável.

5. Coma menos carne e laticínios

Segundo um relatório recente, 90% das terras ricas em biodiversidade do mundo serão utilizadas para fins agrícolas devido ao aumento da demanda por carne e laticínios. Segundo a Unctad, um menor consumo de carne e laticínios ajudaria a reduzir as emissões de carbono. Por exemplo, se um cidadão americano médio substituísse um terço da carne bovina que consome por carne de porco, aves ou legumes, suas emissões relacionadas a alimentos cairiam cerca de 13%.

(Via ONU News)

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