
A Toyota planeja se tornar uma das primeiras fabricantes a emitir zero carbono no somatório de todas as suas atividades no mundo. Para atingir isso até a próxima década, uma das apostas da japonesa é a reciclagem e reutilização de carros velhos, que darão vida, em diferentes modos, a veículos novos. As informações são de Eduardo Passos, em colaboração com o portal Uol.
A iniciativa, chamada de Fábrica Circular Toyota, estreará no Reino Unido, na planta de Burnaston, que seguirá a rotina de sustentabilidade a partir do final de 2025. Nessa primeira fase do projeto, diz a marca, será possível reutilizar até 10.000 automóveis por ano.
São diferentes formas de reaproveitamento, que começam por um processo de triagem que atesta a capacidade do “lixo” conforme a função desejada. Se for uma peça intacta, por exemplo, ela pode ser recondicionada e revendida – provavelmente com um desconto e sem prejuízo à funcionalidade.
Itens mais importantes, como baterias ou rodas de liga leve, não voltam diretamente às lojas, mas podem servir de matéria-prima a um novo ciclo de fabricação. Caso haja danos significativos, por outro lado, é possível aproveitar metais e plásticos remanescentes.
Reciclagem do aço
O mesmo vale para os diferentes aços da carroceria, que, em último caso, são triturados e levados à fundição para originar novas peças. A reciclagem do aço é mais comum para ligas que compõem setores menos importantes à segurança dos carros e evita toneladas de carbono que viram da eventual extração do minério de ferro.
Processos semelhantes, diz a Toyota, serão feitos com cobre, alumínio e plástico, que, após o beneficiamento, voltarão à planta inglesa cuja principal de linha de montagem é do Corolla.
A União Europeia acrescenta que, atualmente, há seis milhões de veículos abandonados em seu território. São materiais desperdiçados e que causam problemas ambientais como ocupação irregular do solo, contaminação e proliferação de doenças, diz o bloco.
Não à toa, a Toyota europeia tem até um vice-presidente para Economia Circular: Leon van der Merwe, que estima recuperar, em 12 meses, 300 toneladas de plástico “de alta pureza” e 8.200 toneladas de aço para utilizá-los em 120.000 novas peças.