Nesta quinta-feira, 25 de abril, o Parque Nacional do Superagui completa 35 anos de existência. A Unidade de Conservação, situada no litoral norte do Paraná, na divisa com o estado de São Paulo, e criada por um decreto em 1989, teve seus limites ampliados em novembro de 1997. Passou de 21.400 hectares para quase 34 mil hectares. É a única Unidade de conservação federal do estado do Paraná com extensas praias desertas e arenosas.
São mais de 40 quilômetros de praias não povoadas, além de extensas faixas de manguezais conservados. Ela também fica localizada dentro do território da Grande Reserva Mata Atlântica, uma área que reúne três milhões de hectares de floresta nativa, localizada entre os Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
O território é um importante patrimônio natural, cultural e histórico e um valioso e singular destino de turismo de natureza, nacional e internacional. O parque também é uma das Unidades de Conservação brasileiras que formam um contínuo protegido e localizado no centro do Mosaico Lagamar, formado por 50 unidades de conservação, sendo 33 no estado do Paraná e 27 em São Paulo.
Mico-leão-da-cara-preta. Espécie só ocorre no bioma Mata Atlântica/Foto: Zig Koch
O Parque abriga várias espécies ameaçadas de extinção, tanto no âmbito nacional quanto no estadual. Protege a maior população de mico-leão-da-cara-preta (Leonthopitecus caissara) do Brasil. Cientistas estimam que existam apenas 400 exemplares de mico-leão-da-cara-preta vivos. A espécie só ocorre no bioma Mata Atlântica e está ameaçada de extinção.
As Ilhas do Pinheiro e Pinheirinho, na baía dos Pinheiros, também integram o Parque Nacional do Superagui e compreendem os principais dormitórios do papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis), considerada uma espécie vulnerável (VU) na Lista de Espécies de Aves pertencentes à Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná.
O papagaio-da-cara-roxa já foi considerado uma espécie “ameaçada de extinção” na lista nacional, mas, devido a ações de conservação de entidades não governamentais, como a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), por exemplo, que atua em prol da espécie desde a década de 1990 promovendo censos para a contagem dos exemplares e conduzindo o projeto de instalação de ninhos artificiais para os papagaios, está atualmente considerada como “quase ameaçada”.
A revoada dos papagaios é um dos principais atrativos turísticos do Parque Nacional do Superagui. O boto-cinza (Sotalia guianensis) é outra espécie também comumente observada na região, especialmente nas águas calmas próximas à Ilha das Peças, área de influência do projeto.
A Unidade de Conservação tem a finalidade de assegurar e preservar os recursos naturais, proporcionando oportunidades controladas para uso público e promovendo diferentes estímulos para as práticas de educação e pesquisa científica.
Além disso, é um importante local para a manutenção e valorização da cultura caiçara e seus modos de vida tradicional. Na área do Parque Nacional do Superagui está inserido o território tradicional de uso e/ou moradia de, pelo menos, quinze comunidades de povos tradicionais caiçaras.
Eventos de celebração
Para celebrar a data, e valorizar a importância do Parque, uma programação de mais de uma semana de atividades e eventos públicos foi pensada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), envolvendo diferentes atores e parceiros, em Curitiba e no litoral do estado.
As atividades são abertas ao público e propostas para envolver a sociedade em geral. Elas vão de exposição fotográfica, audiência pública e até limpeza de praia.
Programação:
Exposição fotográfica: Entre os dias 22 e 26 de abril ocorre na ALEP (Assembleia Legislativa do Estado do Paraná), uma exposição fotográfica, apoiada pelo mandato do deputado estadual Goura Nataraj, para celebrar os 35 anos do Parque Nacional do Superagui. As fotos são dos fotógrafos Bruno Santos, Daniel Caron, João Urban, Lineu Filho, Lucas Pontes, Paulo Chaves, Orlando Azevedo e Zig Koch. Serão 20 imagens, que vão mostrar aspectos culturais das comunidades tradicionais, as paisagens e a fauna e flora da Unidade de Conservação. A exposição é aberta ao público, gratuita e estará exposta no Espaço Cultural da ALEP, das 9h às 18h. A abertura da exposição ocorre dia 22, às 09h.
Coleta de resíduos na praia: No dia 25 de abril, dia oficial do aniversário do Parque, na Ilha de Superagui, a partir das 08h, acontece um mutirão de coleta de resíduos na Praia Deserta, com encontro na base do Parque. Depois, os participantes se reúnem para um almoço e às 14h acompanhar a entrega de lixeiras e pontos de coleta de lixo na Barra de Superagui. A partir das 15h, podem apreciar a trilha da comunidade à praia deserta. Às 16h, a programação termina com um café caiçara no AKDOV, na comunidade da Barra do Superagui, e festa com fandango, dança típica da cultura caiçara, considerada patrimônio imaterial pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
“Pontapé inicial” das obras do Casarão Histórico de Guaraqueçaba: Dia 09 de maio, a partir das 15h, a comunidade vai ser convidada a ouvir detalhes sobre como ficará o projeto de reforma do Casarão Histórico de Guaraqueçaba. Serão feitas obras e reformas emergenciais no local, a fim de melhorar a estrutura e oferecer mais qualidade de relacionamento do local com a sociedade. Haverá também uma apresentação do grupo de fandango local para celebrar o momento.
Audiência pública: No dia 10 de maio,uma audiência pública remota e presencialsobre a temática dos direitos ambientais e sociaisno Parque Nacional do Superaguiacontece no auditório legislativo do CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia Legislativa do Paraná. O momento também está sendo apoiado pelo mandato do deputado estadual Goura Nataraj é aberto ao público, inicia às 09h e também será transmitido ao vivo nos canais da Assembleia.