Mundo deverá ter 560 catástrofes climáticas por ano até 2030

Pessoas fogem de suas casas quando o ciclone Freddy atinge a cidade de Blantyre, no Malaui
Pessoas fogem de suas casas quando o ciclone Freddy atinge a cidade de Blantyre, no Malaui/Foto: Unicef

Por ONU News

Até 2030, com as atuais projeções climáticas, o mundo enfrentará cerca de 560 catástrofes por ano. Estima-se que mais 37,6 milhões de pessoas viverão em condições de pobreza extrema devido aos impactos das alterações climáticas e das tragédias ambientais.

Lembrado nesta sexta-feira, 13 de outubro, o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres de 2023 segue a adoção, em maio, de uma declaração política pela Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de acelerar as ações para fortalecer a resiliência diante de catástrofes.

Quantas crianças estão expostas aos riscos climáticos no Brasil?

Um dos exemplos positivos vem do Brasil, na cidade de Barcarena, no Pará. Em julho deste ano, o local foi nomeado pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), como o primeiro hub de resiliência na Amazônia.

Durante o mês de setembro, a prefeitura de Barcarena realizou, com apoio do UNDRR, três oficinas para avaliação de riscos e vulnerabilidades em saúde, alimentação e inclusão de pessoas com deficiência.

Cidade brasileira avalia riscos em saúde e alimentação

Na discussão das ameaças para os sistemas alimentares, participaram autoridades e produtores locais de alimentos. A assessora de agendas globais da Prefeitura de Barcarena, Patrícia Menezes, falou à ONU News sobre a preocupação com o impacto das mudanças climáticas.

“Os produtores destacaram que eles já estão sentindo na sua produção de alimentos os impactos da mudança do clima, como as chuvas intensas, ou o calor e os períodos de estiagem tem impactado a produção de alimentos.”

Sobre os riscos de saúde pública, Patrícia enfatizou aumento de casos de pressão alta e desidratação devido ao calor extremo.

“Nós estamos localizados na linha do Equador, na região amazônica. Então, as temperaturas e a umidade são altas e isso tem se intensificado com essas ondas de calor que tem ocorrido no mundo inteiro, devido à mudança do clima. Isso causa vários impactos no sistema de saúde pública, aumenta a demanda de atendimentos por casos de desidratação, edema, inchaço, enxaqueca, AVC.”

Em relação a inclusão de pessoas com deficiência, ela disse que “a grande dificuldade nas cidades amazônicas é a mobilidade”, pois muitos trajetos são feitos de barco.

Olhar diversificado

O UNDRR afirma que a desigualdade e a vulnerabilidade a catástrofes são duas faces da mesma moeda: o acesso desigual a serviços, como financiamento e seguros, deixa os que estão em maior risco expostos ao perigo.

Sobre a experiência de Barcarena, Patrícia enfatiza a importância de ações de conscientização, ampliação dos serviços públicos, fomento à agricultura de baixo carbono, com melhor gestão de recursos de recursos naturais para “reduzir os diversos riscos” e assim tentar evitar no futuro “algum tipo de desastre, como por exemplo uma seca.”

Como a emergência climática ameaça o feijão com arroz do brasileiro?

Ela afirma que independentemente do tipo de risco “todos eles precisam ser trabalhados de forma holística e integrada, buscando diferentes olhares e a articulação dos diversos segmentos da sociedade.”

Segundo a especialista, o público diverso que participou nas oficinas em Barcarena garantiu que o diagnóstico realizado tivesse “um olhar diversificado.”

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