O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Maurício Tolmasquim foi indicado recentemente para comandar a diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis, que está sendo criada pela Petrobras.
Segundo comunicado da petroleira, a nova diretoria “coordenará as atividades de descarbonização, mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade e incorporará as atividades comerciais de gás natural”. A criação da pasta, porém, ainda depende de aprovação do conselho de administração da empresa, lembra a epbr.
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A retomada dos investimentos em energias renováveis era uma das promessas de campanha de Lula para a Petrobras, informa a Folha. A empresa abandonou esse segmento durante o governo Jair Bolsonaro, focando os recursos financeiros na exploração e na produção do pré-sal e até mesmo se desfazendo de projetos de fontes renováveis de energia.
Mesmo dedicando uma diretoria à transição energética e às energias renováveis, a Petrobras continua sendo uma das líderes em novas descobertas de petróleo e gás natural no mundo, destaca a Bloomberg Línea.
Combustíveis fósseis são falsa economia
Entretanto, a empresa vive incertezas quanto à exploração de novos reservatórios. Sobretudo porque seu presidente, Jean Paul Prates, vem destacando que seu objetivo é explorar a margem equatorial, e particularmente a Bacia da Foz do Amazonas. Uma região de alta sensibilidade ambiental e para a qual a petroleira espera uma licença do Ibama para perfurar um poço – o que preocupa a área ambiental do governo.
Energia solar
A criação de uma diretoria de transição energética e energias renováveis pela Petrobras, aprovada na última semana pela organização, é um importante passo para acelerar o processo de descarbonização das atividades produtivas com a redução de emissões de gases do efeito estufa na economia, além de uma forte sinalização da companhia no avanço das fontes renováveis no País.
A afirmação é do presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Ronaldo Koloszuk. Segundo o executivo, o direcionamento para novos investimentos em tecnologias de energias renováveis na Petrobras segue o movimento global verificado nas petroleiras nos últimos anos e está alinhado com os anseios da sociedade brasileira.
“De acordo com pesquisa recente do Datafolha, nove entre dez brasileiros temem por impactos trágicos na vida pessoal causados pelas mudanças climáticas e aquecimento global, sobretudo por eventos extremos da natureza. Portanto, a ABSOLAR e o setor de energia solar parabenizam a diretoria da Petrobras pela iniciativa e, sobretudo, pela sinalização de um novo rumo no desenvolvimento sustentável da empresa, que tem influência direta na vida em sociedade no Brasil”, comenta.
“Vale lembrar que o consumo de combustíveis fósseis é a maior causa de emissões de gases de efeito estufa no mundo e a segunda maior no Brasil. E essa sinalização da Petrobras traz uma grande oportunidade para o Brasil voltar a se reindustrializar por meio de tecnologias sustentáveis de transição energética. Sabe-se que a idade da pedra não acabou por falta de pedra e que a era do petróleo não acabará por falta do petróleo. Tratam-se de um fato inquestionável e de um fenômeno irreversível no planeta”, acrescenta Koloszuk.
Na visão da entidade, a nova diretoria da Petrobras também está em sintonia com o próprio plano de governo do executivo, que estabelece o desenvolvimento sustentável como uma das diretrizes centrais de gestão federal, com o compromisso estratégico de zerar as emissões de gases de efeito estufa na matriz elétrica nacional”, comenta.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, com a criação e fortalecimento de políticas públicas e estratégias privadas que promovam a transição energética, o Brasil pode se tornar uma liderança no combate às mudanças climáticas e na oferta de produtos e serviços sustentáveis ao mundo, bem como na atração de mais investimentos internacionais.
“O setor solar está pronto para contribuir de forma decisiva no processo de zerar as emissões na matriz, incluindo o desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde, que poderá gerar milhares de novos empregos e consolidar o Brasil como protagonista mundial na descarbonização do planeta, bem como para garantir maior segurança energética ao País”, conclui.
(Com informações do ClimaInfo)