Comemorado no dia 20 de março, o Dia Mundial sem Carne promove muitas reflexões acerca da importância da redução da proteína animal na dieta dos brasileiros para um consumo mais sustentável.
De acordo com a ONU, em 2030, haverá dois bilhões de pessoas a mais no planeta, resultando em uma demanda 60% maior por alimentos e um claro sinal de que não haverá proteína disponível para todos, ao menos da forma como se conhece atualmente.
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Neste cenário, quase um terço da população brasileira já se define como flexitariana, grupo composto por pessoas que escolheram reduzir o consumo de proteína animal ao longo da sua rotina. Tendo como principal motivador a saúde, esse grupo é o principal público-alvo da indústria de alimentos plant based cujo crescimento foi de 11% nos últimos cinco anos. Para 2025, o setor projeta faturar mais de US$ 130 milhões.
Ao pensar nisso, o CEO da Typcal – foodtech brasileira de produtos à base de plantas -, Paulo Ibri, separou abaixo três tendências sustentáveis que estão permeando o mercado de produtos do segmento:
- Otimização de produtos
Os consumidores estão cada vez mais atentos para garantir escolhas conscientes e equilibradas no dia a dia, mesmo entre os produtos plant based. De acordo com um estudo recente da Nielsen, 42% dos brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir o impacto no meio ambiente. E é por isso que cada vez mais as marcas têm investido em otimizar os produtos prezando pelo equilíbrio entre sabor e saudabilidade. Essa preocupação tem aumentado à medida que surgem novas tecnologias e as demandas do consumo vão se transformando.
2. Saudabilidade
Os produtos plant based são uma boa alternativa não só para os animais e o meio ambiente, como também para a saúde. Reduzir o consumo de proteína animal pode trazer benefícios para o corpo, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e a chance de desenvolver diabetes e hipertensão, por exemplo.
Além disso, o principal motivo que leva os consumidores a optarem pelas proteínas vegetais é o fato de estes alimentos terem uma quantidade menor de gordura, de acordo com uma pesquisa do The Good Food Institute (GFI). Com tantos mitos acerca da alimentação, as foodtechs apostam em trazer os alimentos à base de plantas para a rotina dos brasileiros com ingredientes mais saudáveis.
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3. Qualidade nutricional
É cada vez mais comum que os consumidores leiam a tabela nutricional de um produto antes de fazer a compra, seja por intolerância a algum ingrediente, por hábitos alimentares mais saudáveis ou somente por uma escolha mais sustentável.
Para desenvolver um produto à base de plantas de qualidade, não basta apenas utilizar uma proteína vegetal, o objetivo é que o consumo seja de fato mais saudável do que a proteína animal, com informação clara e direta para que os consumidores saibam exatamente o que estão ingerindo.
Na Typcal, por exemplo, os produtos são feitos apenas com proteína de ervilha, que é uma matéria prima mais saudável, não transgênica, além de possuir alto índice proteico e equilíbrio de aminoácidos.
Dia Mundial sem Carne
Todos os anos, em 20 de março, é comemorado o Dia Mundial sem Carne. Nesta data, adeptos e defensores do vegetarianismo e do veganismo fazem ações para repensar o consumo de carne no mundo. A data surgiu em 1985, nos Estados Unidos, a partir de uma iniciativa da ONG americana Farm, que defende os direitos dos animais.