Todos os anos, são geradas no Brasil 2,5 milhões de toneladas de lodo em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), cuja destinação correta ainda é um problema sanitário no país.
No entanto, uma pesquisa desenvolvida na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, mostrou que é possível transformar esse resíduo em insumo para a produção de argamassa para a construção civil.
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“Comprovamos a viabilidade técnica do uso de lodo de esgoto como agregado em substituição a outros componentes da argamassa cimentícia, como a areia. Em vez de ser destinado a um aterro sanitário, podemos reaproveitar de forma sustentável esse resíduo”, ressalta João Victor Saldanha, engenheiro civil recém-formado pela UVA, que desenvolveu a pesquisa para seu trabalho de conclusão de curso sob a coordenação da também engenheira civil e professora da Veiga Luciana Oliveira.
O lodo utilizado no estudo foi obtido na ETE de Iguaba Grande, operada pela Prolagos, concessionária de serviços públicos de água e esgoto da Região dos Lagos do Rio.
A pesquisa faz parte do Projeto Imersão, convênio firmado entre a UVA e a concessionária, que prevê a integração dos conhecimentos técnico e acadêmico.
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Larga escala
Depois dos testes em laboratório, os pesquisadores realizarão o assentamento de azulejos em uma parede na universidade.
Em seguida, será preparado um manual sobre o processo de produção da argamassa com lodo. O documento será disponibilizado para a Prolagos, que avaliará a viabilidade de aplicação da solução em larga escala.